terça-feira, 3 de maio de 2011

El Dourado

Procuro em cada boca que beijo
um beijo somente seu;
Em cada troca de olhares,
um olhar seu.

Procuro-te sempre.
Em cada situação,
momento,
ação;
a todo tempo.

Por tanto procurar
e só achar o desencontro,
me sinto cada vez mais ausente de mim mesmo.
Mais volátil.

Cada carícia fica mais vázia;
cada beijo menos prazeroro;
cada momento com menos luxúria.
O prazer, por si só, se esvai.

Compreendo, porém, que não sei a quem procuro.
Não sei onde você está, ou quem é.
Só sei que tenho a vontade de achá-la.
Não só uma vontade,
mas uma necessidade inevitável.

Tão fundamental é a intenção
que a idéia da futilidade me toca.
Seria eu que não te encontro, por não conseguir?
Seria eu que não sei agir pra te encontrar?
Seria eu a causa de meu próprio infortúnio?
Seriam, 
será, 
seres. 

Incontáveis inconstantes - incompletos.

Busco uma imagem, um ser;
um "alguém".
Mas não encontro.

Como que de súbito, entendo.
Entendo que o que procuro não tem cara;
não tem voz;
não tem cor, nem tamanho.
Não tem nada, só nome.
O que procuro é  o Sentir.


2 comentários:

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